segunda-feira, 28 de abril de 2014

Chelsea Hotel #ProjetoPerceu N°22

               Fazia bastante tempo que não tomava uma boa xícara de chá. Acho que devo agradecer ao inverno que se aproxima.
               Segundo a canção de Leonard Cohen, Chelsea Hotel é um famoso estabelecimento que fica localizado em Nova York onde já hospedou diversas celebridades. Mas não é o caso do mesmo que fica localizado em nossa cidade fictícia em Londres. Mas por que essa particularidade?
               Primeiramente que esse capítulo intitulado Hotel Chelsea não deveria ser inserido em Fósforos Úmidos, assim também como o assunto que é abordado dentro dele. Mas eu senti durante a escrita que precisava mostrar essa particularidade íntima como uma forma de amadurecimento pessoal e apimentar nosso contexto com mais um mistério acerca, não de assassinatos ou segredos, mas sim de conhecer pessoas, caracteristícas humanas. Primeiro porque é um assunto delicado de se tratar e posso sentir que ao final da leitura do livro muitos sentirão o porquê disso ser inserido. Mas aqueles, os quais são atentos e notarem minha mescla de humor negro e tons de traição, perceberão logo cedo do que o capítulo inteiro se trata e mais para frente não ficarão surpresos com o desenrolar da história. Segundo que eu precisava provar a mim mesmo estar preparado para criar um fundo de linguagem e ambiente como o do capítulo Chelsea Hotel, pois essa parte do texto mostra uma atmosfera sombria carregada de lances indivíduais notados apenas no decorrer dos capítulos e além disso foi o bloco mais difícil de ser escrito, afinal de contas, consta apenas com dois personagens centrais envolvidos de uma forma sagaz e polêmica. Mas o curioso é que num desses personagens, não podemos ao certo distinguir suas caracteristicas, sendo encobridas por "achismos" do outro personagem que acompanha a cena. Uma tática inteligênte - na minha opnião não muita - de tentar esconder a identidade de um assassino em série do leitor. Mas ai é que está! Porque eu não quero esconder, e em determinado ponto da história o leitor descobrirá por intuição a identidade antes mesmo que nosso enredo seja encerrado. Desculpe se estou trazendo spoillers tão prematuramente.
               Mas como eu dizia anteriormente, esse capítulo não pertencia a essa história e muitos menos achei que poderia encaixá-la. Para os que entenderam, o capítulo faz sim referência ao hotel cantando na música de Leonard. Mas o processo de escrita dele foi bem delicado e precisaria matar alguém após ouvir o que acabarei de narrar. Mas aprendi que a graça em ler está em entender o que se encontra entre as linhas.
                Houve uma época em que passei a maior parte do meu tempo hospedando-me em hóteis e pousadas, onde na verdade existia um princípio para estar fazendo isso - esse que pretendo deixar de lado - mas quero que vocês entendam que tudo na vida existe um fim, e talvez naquele momento eu não estava preparado para o fim que me aguardava. Narro em algumas partes desse livro pequenos fragmentos sobre tal momento, mas quero lembrar que não quero fazer um livro sobre mim, mas sim um livro com fragmentos meus. Então aquele momento ficou marcado por se passar em um hotel, numa noite tranquila onde imaginei que as coisas voltariam ao normal. Só que estava enganado. E a vida sempre nos prega peças, mas essas nos fazem crescer e de certo ponto olhamos para trás e percebemos que não somos mais aquela pessoa frágil que se deixou levar por belas palavras doces e bochechas rosadas.
                Lembro-me de chegar em casa. Coloquei em minha cabeça que precisava de algo para tirar o vazio enorme que estava dentro de mim. Peguei uma simples folha, a qual ainda a guardo hoje, e comecei a escrever freneticamente como se aquilo pudesse aliviar aquele momento que deveria ser apagado da minha memória. O que é impossivel. Lembro também de ao fundo estar tocando uma música, Chelsea hotel, mas na voz de Lana del rey, outra devota de minhas inspirações. Prometi a mim mesmo que iria chorar durante uma semana seguida, iria escrever o quanto fosse necessário e rasgar tudo aquilo que pudesse trazer de volta minhas lembranças. Ao final eu era outra pessoa, mais forte, mais segura de mim mesmo e olhando meus passos. Poucas pessoas sabem sobre essa história. Muito menos sabem o motivo para que eu esteja escrevendo esse livro. E ai está ele. A grande verdade é que terminar de escrever Fósforos Úmidos está na grande tentativa de enterrar um fantasma de meu passado e acabar de vez com minha auto-mutilação, uma das grandes armas que vários escritores usam para compôr o que hoje chamamos de arte literária contemporânea.
                  
             Agora se você ficou curioso, escute a música de Leonard clicando no link a seguir:
                     Leonard Cohen Chelsea Hotel #2 Live: http://youtu.be/Xk7DOe5EGgM

sábado, 26 de abril de 2014

Beijo #ProjetoPerceu Nº 21

 Olhei para seus olhos. Ou imaginei que olhava para dentro daquela imensidão, porque metade de mim queria que aquilo fosse real e a outra metade suplicava para que eu pudesse estar em casa, longe de tudo e de qualquer coisa que me fizesse fazer o que eu não queria. Diante de mim uma boca suplicava em ser beijada. Conseguia sentir o hálito quente e adocicado do último gole do vinho que havíamos provado logo cedo. Não culpo minha bebedeira pelos atos que aconteceram, mas os meus instintos eram maiores do que minha sensatez e puritanismo.
Uma mão forte me agarrou e me puxou para perto, onde o aperto que quase me deixou sem ar foi o suficiente para sentir algumas coisas a mais. Tentei me concentrar na parte de cima, na boca, que me encarava e pronunciava palavras desconexas que mesmo que eu entendesse não significariam nada ao que se passava em minha cabeça. Além disso, eu podia ver os outros contornos, uma sobrancelha bem desenhada, olhos castanhos diferentes dos meus e impenetráveis, incapazes de saber a verdadeira razão daquilo tudo estar acontecendo. A mesmo mão que me puxou, agora descia por entre as minhas costas, provocando-me arrepios até a base da minha coluna. Talvez quisesse causar efeitos em mim, o que realmente foram notados, mas isso não significa nada. De certa forma sempre fui alheio a proximidades, ao contato de estranhos, não exatamente os estranhos que me excitavam, o que é esse caso. Mas aproximações representam metade daquilo que nos falta à compreensão. É como ser jogado montanha abaixo com a simples possibilidade que uma avalanche esteja ao seu encalço. Talvez a avalanche seja mais proveitosa que um par de olhos e um belo sorriso te incriminando para algo que você realmente deseja.
Mas eu pude sentir aqueles lábios juntos aos meus. Primeiro apenas um mero beijo, rápido e vacilante como se o contato dos lábios fosse o suficiente para provocar uma sensação contraria ao que era esperado. Depois veio o segundo beijo, rápido, mas ainda não tão rápido quando o primeiro, esse na tentativa de mostrar a mim que realmente eu queria aquilo mais que nunca.
Mordi meus lábios. Salivei. Não consigo mirar nada além daquela carnosidade. Queria mais, queria mais apesar de não querer mostrar que queria aquilo.
O terceiro beijo foi mais profundo. Mais molhado, uma vez que sua língua tentava se encaixar com a minha. Eu não conseguia respirar, queria apenas que o mundo acabasse ali, que minhas emoções se sobressaíssem aquele momento e que minha vida fosse extraviada para outra dimensão longe de todos os meus problemas e para bem perto daquele beijo. Meu corpo estava mais colado ao outro e conseguia sentir todas as reações que podia produzir somente com aquela dose. Aquele momento. Podia sentir a intensidade da pele mal cuidada em contato com a minha, os poros abertos, arranhando-me numa sensação de prazer e entrega.
E o que eu podia fazer?
Nada. Nada comparado ao que a maioria das pessoas ao meu redor me provoca.
Tenho esse prejuízo intimo instaurado dentro de mim. Essa maldição de carregar em meu interior uma parte ínfima de cada pessoa, que me machuca e me deixa num estado de dependência que é impossível de ser controlado.
Mas não queria ainda pensar em minha maldição. Queria apenas saber daquele beijo. Que, além disso, me despedaça e leva um pedaço de mim, me deixando incompleto e sentimentalista.

Não tem nada a ser feito. Apenas se tem que aguentar as conseqüências daquilo que escolhemos. 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Marcus Junius Brutus (Roma, 44 a.c.) #ProjetoPerceu 18



                      Marco Júnio Bruto (em latim: Marcus Junius Brutus), foi um patrício, líder político de orientação conservadora republicana romana, e militar romano, tendo sido um dos assassinos de Júlio César.

                   Pertencia a umas das famílias patrícias mais antigas de Roma, membros, portanto, da aristocracia romana: Júnio. Consta que os Júnios eram descendentes diretos da deusa Juno, a esposa de Júpiter. Além disso, foram os fundadores da República Romana e tinham parentesco somente e com várias famílias nobres.

                     Era filho de Servília Cepião, uma conhecida patrícia da época, posteriormente amante de Júlio César, e seu pai, Marco Júnio Bruto, o Velho, foi tribuno da República e o fundador de Cápua, onde sua família detinha extensas fazendas. Bruto, pelo seu lado materno, pertencia a uma família também patrícia chamada Servílio. Também era sobrinho de Catão de Útica.

                     Apoiou Pompeu Magno contra Júlio César nas guerras civis romanas. Perdoado por este após a batalha de Farsália, tornou-seprocônsul da Gália Cisalpina, e posteriormente pretor, em 44 a.C., como favorecido de César. Junto com Cássio, conspirou para matar o general. Foi o idealismo de Brutus que restringiu a ação dos conspiradores ao ato único de matar César: assim eles perderam a iniciativa política para o cônsul António, a quem haviam poupado, e foram obrigados a fugir, formando posteriormente na Grécia uma frota e um exército contra Marco António e Otaviano. Suicidou-se em 42 a.C., após a derrota na Batalha de Filipos.

Fonte: Wikipédia. 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Domingos Fernandes Calabar (Brasil, Século 17) #ProjetoPerceu 14



         O único representante brasileiro considerado por muitos como traidor da história do país. Calabar era um senhor de engenho na capitania de Pernambuco e se alinhou ao holandeses quando eles invadiram as terras brasileiras - na época sob o domínio de Portugal. Como ele conhecia o território pernambucano como a palma da sua mão, ajudou todas as conquistas da Holanda por essas bandas.
        Alguns historiadores questionam a fama de traidor de Calabar e alega que ele lutou ao lado dos holandeses porque acreditava que, sem o do minio de Portugal, a pátria seria livre.

sábado, 12 de abril de 2014

Aldrich Ames (Estado Unidos, 1980 e 1990) #ProjetoPerceu12

 



       Espião da mais famosa agência de inteligência americana, a CIA, Aldrich Ames se vendeu para a KGB, o serviço secreto da Rússia, durante a guerra fria. Por alguns milhões de dólares, o traíra vendia para os russos os nomes daqueles que trabalhavam para os Estados Unidos. Descoberto depois de quinze anos de serviços prestados aos inimigos, ele foi condenado a pisão perpétua.
       A Rússia contratou um dedo-duro infiltrado na CIA, mas não perdoava traições. Pessoas delatadas por Ames não tinham perdão: Muitas foram executadas antes mesmo de poderem se defender.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Wang Jingwei (China, 1930) - #ProjetoPerceu 11




               Wang Jingwei foi um político chinês da primeira metade do século XX. É conhecido por ter liderado a chamada facção de esquerda do Partido Nacionalista, o Kuomintang (KMT), favorável a uma colaboração permanente com o Partido Comunista da China, após a morte do fundador do KMT Sun Yat-sen. Em 1927, Wang tentou continuar esta colaboração já que o governo do KMT, situava-se na cidade de Wuhan, mas seu rival Chiang Kai-shek, um militar que conseguiu conquistar a China Oriental, na chamada Expedição do Norte, ganhou a luta pelo poder. Chiang Kai-shek estabeleceu um governo alternativo em Nanquim, e iria lançar uma campanha de perseguição contra os comunistas, após o Massacre de Xangai de 1927.

               Depois de aceitar a liderança de Chiang e unir-se ao governo do KMT em Nanquim, Wang permaneceria sendo uma figura importante no partido e tornou-se um admirador dos movimentos fascistas na Europa, chegando a viajar para a Alemanha nazista, onde buscou o apoio do governo de Adolf Hitler.

               Em 1938, após o início da Segunda Guerra Sino-Japonesa, Wang Jingwei abandonou o governo de Chiang Kai-shek e procurou refúgio na cidade do interior de Chongqing, e aceitou a proposta dos japoneses para se tornar o presidente do regime chinês colaboracionista em Nanquim, sendo reconhecido como chefe de Estado chinês pelo Japão e seus aliados do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial.

               Morreu por enfermidade no Japão em 1944; nunca foram claras as razões que o levaram a aceitar o cargo oferecido pelos japoneses. A interpretação mais comum atribui esta decisão à ideia generalizada de que o exército japonês era invencível, e que a união era a melhor maneira de servir o país. Devido à sua colaboração com a ocupação japonesa, a sua figura tem sido fortemente criticada pelos historiadores chineses, que o têm considerado um traidor da pátria e colaboracionista, de forma similar a Vidkun Quisling na Noruega durante a ocupação alemã.

Fonte: Wikipédia.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Traição #ProjetoPerceu 10



                     Traição, do verbo trair, usurpar, mentir, trazer desconfiança.
                     A traição é tida como uma forma de decepção é repúdio de prévia suposição desde os tempos além-infinito. Temos como primeira forma de traição Adão e Eva ao provarem do fruto da árvore proibida, traindo Deus e mostrando aos homens o pecado. 
                     Traição é o rompimento ou violação da presunção do contrato social (verdade ou da confiança) que produz conflitos morais e psicológicos entre os relacionamentos individuais, entre organizações ou entre indivíduos e organizações. Geralmente a traição é o ato de suportar o grupo rival, ou, é uma ruptura completa da decisão anteriormente tomada ou das normas presumidas pelas outros.